"De perto, ninguém é normal. / From up close nobody is normal." (Caetano Veloso)

Wednesday, April 9, 2008

Finanças: Os fundos à prova de tempestade

Os fundos à prova de tempestade
[Portal Exame, por Lucia Kassai]

Os gestores de fundos de ações com a melhor rentabilidade desde o início da atual crise são os que buscaram ações com liquidez -- uma lição valiosa para quem pretende navegar nesse período de incertezas

Desde agosto do ano passado, quando a crise do setor imobiliário americano começou a contagiar as bolsas de todo o mundo, a vida dos gestores de fundos de ações no Brasil tem sido um teste quase diário. Nesse período, o Índice Bovespa, que mede o desempenho dos papéis mais negociados na bolsa paulista, até teve um resultado respeitável -- acima de 10% --, mas os altos e baixos das cotações abalaram o sossego de quem estava acostumado com a relativa tranqüilidade dos anos anteriores. A pedido de EXAME, o economista Ricardo Rochman, professor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, fez um levantamento para revelar quais foram os gestores de fundos com patrimônio superior a 100 milhões de reais que registraram os maiores retornos nos seis meses entre 1o de agosto de 2007 e 31 de janeiro deste ano. Embora avalie o desempenho passado, o ranking dos melhores colocados indica as estratégias mais apropriadas para um período de turbulência que (infelizmente) não acabou.
Com retorno de 12,3%, a Polo Gestão de Fundos, do Rio de Janeiro, foi a mais rentável, seguida de perto pela gestora de recursos do Itaú, a Itaubank Asset Management, que fechou os seis meses com 12%. A Concórdia, gestora pertencente à Sadia, e o HSBC vieram em terceiro e quarto lugares, respectivamente -- ambos com performance acima do Índice Bovespa no período (veja quadro). A lição que as líderes deixam é clara: em período de crise, vale a pena buscar uma carteira defensiva -- ou seja, com papéis que o investidor pode vender rapidamente em um momento de estresse do mercado. Foi exatamente isso que três das quatro primeiras colocadas fizeram. Com exceção da Polo, as demais reposicionaram suas carteiras prevendo solavancos futuros. Ter a possibilidade de se desfazer de papéis ao alcance da mão é crucial numa época de altos e baixos porque não há mico pior do que querer vender uma ação e não conseguir, dizem os gestores dos fundos mais bem posicionados no ranking. Na ponta oposta, as maiores perdas aconteceram exatamente com os gestores que apostaram no segmento de mid e small caps -- companhias de médio e baixo valor de mercado, numa tradução livre. Não é que não existam boas empresas nesses segmentos. A questão é que, na hora da turbulência, é difícil se desfazer dessas ações.
Na categoria dos papéis mais negociáveis estão as principais blue chips brasileiras: Vale e Petrobras. Além de ser mais fáceis de vender, essas duas ações têm um histórico impressionante de valorização e, por isso, estão fazendo o papel de pilares da Bovespa nos últimos meses. Além delas, outras empresas que produzem commodities, como petróleo, ferro ou aço, também se enquadram na lista das mais líquidas. As produtoras de commodities já respondem por 40% do Ibovespa -- o que ajuda a explicar o comportamento da bolsa brasileira nos últimos meses. Em vez de seguir a tendência da S&P 500 -- índice das ações das maiores empresas americanas --, o Índice Bovespa tem acompanhado os altos e baixos do Reuters/Jefferies CRB, uma cesta das commodities mais negociadas no mundo. Segundo os analistas, é um indício de que o Brasil está mais vulnerável às oscilações da demanda por matérias-primas do que à crise financeira americana.

O ranking da turbulência
Apesar da crise, os fundos de ações no Brasil tiveram rentabilidade média acima de 10% desde agosto.
Confira abaixo os melhores gestores(1)
1o Polo Gestão de Fundos
12,3%
2o Itaubank Asset Management
12%
3o Concórdia
11,9%
4o HSBC
11,3%
Ibovespa
9,8%
Média dos fundos de renda fixa e DI
5,3%
Média dos fundos multimercado
4,5%
Dólar
-6,2%
(1) Rentabilidade dos gestores de fundos com patrimônio superior a 100 milhões de reais entre 10 de agosto de 2007 e 31 de janeiro
Fonte: Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas

É PRECISO CUIDADO, PORÉM, na escolha das ações. Apesar da tendência de alta do segmento de commodities como um todo, nem todas as produtoras de matérias-primas são consideradas boas alternativas pelos gestores. "Reduzimos nossa exposição a empresas que devem ser mais afetadas pelo desaquecimento da economia americana. Esse é o caso da Gerdau, já que parte de sua receita depende do mercado americano", diz Eduardo Favrin, diretor de renda variável do HSBC. Com a economia brasileira em plena expansão, papéis de companhias ligadas ao consumo interno também são considerados defensivos. "As do setor de saúde, por exemplo, têm dinâmica própria e perspectiva positiva", observa Favrin. A lista de setores promissores ainda inclui as companhias geradoras de energia e as construtoras.
De todas as gestoras de ações analisadas pelo Centro de Estudos em Finanças da FGV, a melhor colocada, a Polo, é justamente a que menos tem a ensinar ao investidor pessoa física. "Nossa estratégia não é a tradicional compra e venda de ações na Bovespa", diz Marcos Duarte, gestor da Polo. "Para mim, não importa tanto se Vale ou Usiminas subiram, o que importa é que minha aposta, a Vale, por exemplo, tenha subido mais do que a Usiminas." Quando a crise imobiliária americana estourou, em agosto do ano passado, Duarte e sua equipe não mudaram a composição de sua carteira de ações. Em janeiro deste ano, quando houve uma nova onda de abalos em Wall Street, a Polo mais uma vez ficou impassível. O prêmio pela aposta feita no ano passado veio na forma de uma rentabilidade de 12,3% entre agosto do ano passado e janeiro deste ano.
Até o começo da década, as oscilações da bolsa de valores e o desempenho dos fundos de ações eram assunto restrito a uma minoria de entendidos e investidores. Nos últimos anos, porém, as ações passaram a fazer parte da vida de um número crescente de famílias brasileiras. O total de pessoas físicas que investem diretamente na Bovespa já é de quase meio milhão. "É interessante notar como o brasileiro está amadurecendo. Pela primeira vez vejo o investidor comprando na baixa e realizando o lucro na alta", diz Walter Mendes, superintendente de renda variável do Itaú. A expectativa é que esse aprendizado seja intensificado nos próximos meses. A tendência, dizem todos os gestores bem colocados no ranking dos melhores fundos de ações, é que a volatilidade do mercado continue. A tempestade não terminou.

1 comment:

Unknown said...

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